

Boletim técnico e Informativo do Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais
Um trabalho publicado na revista em junho na Ciência Rural, pelos pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais do Centro Universitário Cesmac, reflete sobre o quanto as ações antrópicas nas áreas costeiras tropicais afetam a qualidade das áreas de manguezal, de forma natural ou induzida. Infelizmente, a maioria das ações humanas relacionadas ao desenvolvimento industrial, imobiliário e social nestas áreas de costa acabam por prejudicar este ambiente.
As florestas de mangue fornecem serviços ecossistêmicos à comunidade humana que englobam diversos grupos, tendo como exemplo o abastecimento de alimentos através dos recursos pesqueiros, o habitat para diversas espécimes, a regulação do clima e fluxos de água e o aprovisionamento de carbono no solo. Tamanha importância deste ecossistema se deve aos benefícios provenientes deste meio, mas principalmente a fatores como a mitigação do efeito estufa, visto que este sequestra dióxido de carbono da atmosfera; e seu desfavor a ocorrência de erosão, em razão de seu funcionamento como barreira natural.
Apesar da sua importância ecológica, no território brasileiro, estudos apontam que aproximadamente 25% dos manguezais já tenham sido destruídos, tendo a aquicultura e a especulação imobiliária como suas principais causas de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. No Brasil, estudos sobre a degradação dos mangues são bastantes escassos, devido à pouca exposição da relevância deste bioma para o homem, em especial a disseminação sobre os níveis de degradação verificadas nestas áreas, como também a negligência por autoridades competentes em proteger esse ecossistema.
O trabalho realizado pela mestranda Amanda Silva de Medeiros e orientados pelo Professor Velber Xavier Nascimento e Mayara Andrade Souza teve como objetivo mensurar alguns dos impactos ambientais provocados pela construção civil e outras atividades em áreas de mangue do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), em Alagoas. Os resultados obtidos corroboram com a tese de como esse ambiente está sendo devastado e transformado pela ação do homem. O manguezal tem sofrido impactos negativos pelo manejo inadequado e ocupação do solo, demostrados pela alteração química do solo e modificação da paisagem, levando ao processo de degradação.
Desta forma, fica claro e evidente a importância que novos estudos como esse sejam realizados para que possam servir de alerta para que, nós como sociedade entendamos a importância do manguezal e possamos assim preservá-los.
