

Boletim técnico e Informativo do Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais
A evolução do modo humano de viver traz consequências para as quais ele tem que desenvolver soluções a fim de manter-se saudável e o lugar em que vive habitável, sobretudo em sociedade. A crescente descartabilidade – concordemos que necessária – dos insumos utilizados nas atividades dos tratamentos de saúde, somada a todo o tipo de rejeitos advindos dessas práticas, constitui grande preocupação do ponto de vista sanitário para com todo ser vivo que com eles mantém contato, direta ou indiretamente. Não tanto pela quantidade, haja vista não passarem, em média, de 3% de todo o lixo produzido, mas pelo seu alto grau de contaminação.
O advento dos aterros sanitários, em substituição aos tradicionalíssimos lixões, reduziu sobremaneira esse risco de poluição pelos RSS, evitando o contato direto das pessoas socioeconomicamente vulneráveis que encontravam neles um modo de sobrevivência. Na região de Maceió-AL, essa quebra de paradigmas veio na década de 2010, impulsionada por força de normas governamentais e ideais ambientalistas. Uma diferença na mudança da forma de disposição final dos lixos é que no aterro a preocupação maior fica ‘invisível’, que é o chorume, líquido escuro, de odor forte, carregado de substância tóxicas e metais pesados, resultante dos processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. O chorume deve ser drenado e encaminhado para uma estação de tratamento de esgotos.
No Brasil, há décadas instituições como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) emanam normas, cada um na sua alçada, com o objetivo de disciplinar desde a produção dos insumos até seu descarte final, passando pelo uso racional, segregação dos utilizados, acondicionamento, transporte e tratamento pré-descarte, caso necessário.
Atento a essa problemática, o Centro Universitário CESMAC, por meio do seu Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais, desenvolve um trabalho que consiste em analisar os Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) de estabelecimentos alagoanos que geram esse tipo de resíduos. Tal documento é de porte obrigatório e deve descrever toda a cadeia de utilização e produção material até sua exclusão definitiva, incluindo sua manipulação pelos profissionais. A análise dos PGRSS possibilitará ver quais estabelecimentos seguem as normas de boas práticas prescritas pelos órgãos competentes e, nos casos negativos, intervenções para adequações necessárias.

Agenda A.