

Boletim técnico e Informativo do Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais
A maioria dos estudantes vê a Química como uma ciência descritiva, baseada num amontoado assustador de símbolos, tabelas, regras, fórmulas e reações que parecem não ter fim nem aplicação real. Um mundo paralelo e fora da realidade, onde apenas os cientistas podem penetrar e entender, que invariavelmente relaciona-se de forma negativa com as questões ambientais.
Na mídia a palavra 'química' é sempre relacionada a aspectos negativos e prejudiciais à saúde como a poluição. Mas a química não representa apenas poluição e poluentes, destruição e morte. A química também representa vida e proteção.
E é essa abordagem que a prof.ª Dr.ª Aldenir Feitosa dos Santos para a química em seu projeto Química socioambiental: como uma ferramenta para o aprendizado de ciências. Esse projeto é desenvolvido no Programa de Mestrado Profissional Análise de Sistemas Ambientais (PPGASA) do Centro Universitário Cesmac em parceria com o Curso de Licenciatura em Química da Uneal e escolas públicas das redes estadual e municipal do estado de Alagoas.
De acordo com a prof.ª Aldenir Feitosa, a química é rotulada como complicada e poluidora, talvez porque o ensino tradicional priorize a memorização de inúmeras fórmulas químicas, reações e propriedades de moléculas, mas mostrar a relação delas com a natureza, a vida, o cotidiano de cada aluno, ou mesmo ao avanço científico e tecnológico, com suas vantagens e desvantagens inerentes.
No projeto são desenvolvidas palestras e oficinas que são realizadas nas escolas com o objetivo de mostrar para o aluno que na realidade a química está presente em todos os seres vivos, está a nossa volta, em nossos lares, escolas, ambientes de recreação e trabalho. Nestas atividades já foi possível obter relatos espontâneos de escolares com afirmações que mostram efetividade das ações desenvolvidas no projeto, tais como “A química está presente na natureza e com esta pode relacionar-se de forma sustentável e produtiva” e “Podemos até dizer que a ‘química move o mundo’ afinal de contas são reações químicas que se processam nas indústrias siderúrgicas, farmacêuticas, alimentícias, de defensivos agrícolas, cosméticos, sem necessariamente causar uma agressão ao meio ambiente”.
Devemos então ter a preocupação de ensinar esta disciplina voltada para as reais necessidades do indivíduo, fazendo com que os alunos percebam a ação pela própria experiência, levando a despertar sobre questões interessantes e polêmicas, principalmente as ambientais. O uso da experimentação com materiais de fácil acesso e baixo custo é tão importante para a melhoria da qualidade do ensino de química e da inserção da questão ambiental, ressalta a profa. Aldenir. Pois a química é uma ciência experimental; ficando muito difícil aprendê-la sem a realização de atividades práticas laboratoriais, ligadas ao dia-a-dia do escolar, cuja interpretação leve à elaboração de conceitos.
Nas oficinas são realizados experimentos que reproduzam situações da vida do aluno e que mostrem como interagir de modo construtivo com o ambiente que cerca, dentro dos conceitos da química limpa, da química verde, da química do ambiente, de forma propiciar uma formação socioambiental.
Então a ruptura com o ensino de química exclusivamente tradicional e a implementação de uma abordagem experimental e contextualizada dos conteúdos dantes apenas considerados teóricos e sem aplicação real, é de primordial importância para a melhoria do ensino-aprendizagem. Pois, na escola não se fornece o saber, se criam meios para elaborar e fazer o próprio conhecimento, as pessoas devem buscar na escola um local para produzir, desenvolver. É fundamental que das Universidades às escolas de ensino fundamental, seja essa a visão do educador.


