O manguezal é um ecossistema de transição entre o ambiente marinho e terrestre de grande importância para a sociedade devido aos inúmeros serviços ecossistêmicos proporcionados, os quais variam desde a provisão de alimentos até a regulação do clima. Apesar disso, vêm sofrendo degradação contínua ao longo dos anos, onde tal devastação é resultado consideravelmente de atividades antrópicas decorrentes do desenvolvimento da sociedade, entre elas as práticas agrícolas e a expansão imobiliária.

Embora sejam protegidos por lei, o descaso com os manguezais é tão evidente, que muitas destas áreas foram aterradas simplesmente por serem consideradas “feias e sujas”, sendo então “aproveitadas” para qualquer outra atividade esteticamente mais útil.

Preocupados com essa problemática, pesquisadores do PPGASA aprovaram o projeto de pesquisa “Valoração das funções ecossistêmicas dos manguezais em Alagoas” no Edital Universal MCTI/CNPq N°28/2018, que tem como objetivo mensurar os impactos ambientais causados pela antropização nos manguezais visando gerar bases para o manejo e conservação desse importante ecossistema, assim como mecanismos para sua restauração.

Para isso foi reunida uma equipe multidisciplinar que envolve a Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA), Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A participação da comunidade científica é grande valia para entender a dinâmica e a resiliência das áreas de manguezal no estado de Alagoas, abordando as temáticas: análise de metais pesados e agrotóxicos, emissão de gases do efeito estufa, ciclagem de nutrientes, análise emergética e mudança temporal da paisagem.

Dessa forma, esse projeto dará significativa contribuição para conservação e preservação da biodiversidade do mangue e assim disponibilizar informações para otimização do uso sustentável das áreas de manguezal, de modo a subsidiar planos de manejo dos manguezais e, consequentemente, garantir o sustento de várias famílias que têm como fonte de renda a aquicultura.